Páginas

quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

3 versos de António Franco Alexandre

«É muito bonito o meu amigo de agora; tem o mais belo pêlo da floresta, / e olhos onde brilha, em noite escura, / o faiscar do gelo nas alturas.»

Aracne (2004)

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

3 versos de Carlos Drummond de Andrade

«Quando nasci, um anjo torto / desses que vivem na sombra / disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.» 

«Poema de sete faces», Alguma Poesia (1930) / 65 Anos de Poesia, edição de Arnaldo Saraiva (1998)

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

3 versos de Afonso Celso

«Sim, é pai, mas -- a crença no-lo ensina: / Se viu morrer Jesus, quando homem feito, / Nunca teve uma filha pequenina!...» 

Afonso Celso, Poesias Escolhidas (1902) / Evaristo Pontes dos Santos, Antologia Portuguesa e Brasileira (1974)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

4 versos de Cesário Verde

«Milady, é perigoso contemplá-la, / Quando passa aromática e normal, / Com seu tipo tão nobre e tão de sala, / Com seus gestos de neve e de metal.»

«Deslumbramentos», O Livro de Cesário Verde ( póstumo, 1887)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

3 versos de Fernando Assis Pacheco

«e sequem-se-me os dedos a cabeça / estoire e não fique de tudo uma palavra / se a maldição for tanta que eu te esqueça» 

Fernando Assis Pacheco, Memórias do Contencioso (1976)

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

8 versos de Fernando Namora

«E na mesma noite   noite boa   noite branca / fumei Estoril   Valetes   Kayakes e bebi Compal / depois da Salus e da Schweppes / fumei quilómetros e quilómetros de prazer / quilómetros e quilómetros -- há um Ford no meu futuro -- / mais facturas mais fomes mais prazer / e agora já não sei qual dos cigarros com filtro / me soube melhor.»

 «Marketing», Marketing (1969) 

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

4 versos de José Alberto Oliveira

«A lama enrola-se / nas veias, que o álcool nocturno espessa -- nenhuma notícia / confirma que a dívida tem que ser / paga e é prudente desconhecer quem a contraiu ou porquê.» 

«Proposição», Mais Tarde (2003) 

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

sábado, 19 de janeiro de 2019

4 versos de Pedro Tamen

«Olhem-me as pinturas: / todos os dias chegam barcos, / barcos, marinheiros, / todos os dias chegam.»

«Madama Butterfly, velha», Analogia e Dedos (2006)

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

3 versos de Rui Knopfli

«O verbo hesitar / lhe empresta o tónus correcto, no silêncio / respira, a sombra lhe dá corpo.»

«Notas para a regulamentação do discurso próprio -- 1.»,  O Corpo de Athena (1984) 

1 verso de José Agostinho Baptista

«Um sino toca algures onde se enlouquece.»

«Anoitecer»Agora e na Hora da Nossa Morte (1998)

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

3 versos de Queirós Ribeiro

«Bem sinto a dor que o teu olhar goteja; / Mas o Princípio, por melhor que seja, / É pai dum monstro, que se chama Fim!»

 Pedras Falsas (1903), in Cabral do Nascimento, Líricas Portuguesas - 2.ª Série (s.d.)

5 versos de Fernando Pinto do Amaral

«Cada dia / promete o infinito em meia dúzia / de palavras -- o amor, / a vida, o tempo, a morte, a esperança, / o coração.»  

«Palavras», Pena Suspensa (2004)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

5 versos de Ana Luísa Amaral

«Não sabiam, / porque viviam no centro do seu tempo, / e o centro do tempo não sabe nunca o que lhe irá ser percurso, / como um rio que corre não conhece a sua foz, / só as margens por que passa e o iluminam, ou ensombram.» 

«Entre mitos: ou parábola», Escuro (2014)

domingo, 13 de janeiro de 2019

6 versos de Ademir Assunção

«sim, Ana / morreremos loucos / mas / esta noite / dormiremos / juntos» 

«5 dias para morrer», Na Virada do Século -- Poesia de Invenção no Brasil (2002) (edição de Claudio Daniel e Frederico Barbosa)

3 versos de Rui Almeida

«Fala-me de outra / Coisa, de não haver pão ou coragem / Para o partilhar.» 


Muito, Menos (2016)

2 versos de Ana Luísa Amaral

«Foi isto ontem à noite, / este esplendor no escuro e antes de dormir»  


«Das mais puras memórias: ou de lumes», Escuro (2014)


dum poema de Pedro Alvim

«"Quase e só quase, é a nossa condição -- quase outros somos não o sendo, e quase como nós o foram outros, e sempre nós e outrem, outrem e nós, nos fomos contando pela vida os números impossíveis de contar.» 

«Quase», Os Jogadores de Xadrez (1986)

6 versos de António Franco Alexandre


«Assim como o tempo passa / já posso ser o que sou / breve chuvisco de tarde / nublado pela manhã / sol em neve declinado / seco mar fresca aridez»

«Poema simples», Uma Fábula (2001)

3 versos de Roberto Piva

  [...] «os veterinários passam lentos lendo Dom Casmurro / há jovens pederastas embebidos em lilás / e putas com a noite passeando em torno...